sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Palestina deverá pedir adesão à ONU hoje

O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas (na foto), tem previsto apresentar hoje ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o pedido de adesão de um Estado da Palestina às Nações Unidas como membro de pleno direito.

Abbas, que discursa hoje na Assembleia-Geral da ONU, pretende que o pedido seja analisado pelo Conselho de Segurança, onde os palestinianos disseram na terça-feira terem já garantidos sete votos favoráveis entre os seus 15 membros.

Para ser aprovada a proposta necessita de uma maioria de nove votos e de não ter qualquer veto dos membros permanentes do Conselho – Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China –, que têm esse direito.

Mas os Estados Unidos reafirmaram quarta-feira a sua posição contrária à iniciativa palestiniana, com o presidente Barack Obama a defender no plenário da ONU que uma "paz genuína" entre israelitas e palestinianos só é possível através de negociações.

“Aceitamos voltar às negociações no momento em que Israel aceite parar a colonização e com as linhas de 1967” como base de discussão, respondeu Nabil Abu Rudeina, porta-voz de Abbas.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que saudou o discurso de Obama, considerou que “os palestinianos querem um Estado, mas ainda não estão preparados para a paz com Israel".

Segundo Nabil Shaath, conselheiro de Abbas, tem havido “pressões” sobre os nove membros do Conselho de Segurança que reconhecem a Palestina: Rússia, China, Índia, Líbano, África do Sul, Brasil, Bósnia-Herzegovina, Gabão e Nigéria.

Para Washington seria preferível que o pedido de adesão não conseguisse os votos favoráveis necessários, para não ter que arriscar com o veto as suas relações com o mundo árabe.

Portugal, outro dos membros do Conselho de Segurança, ainda não divulgou a sua posição, defendendo uma posição comum da União Europeia e a importância das negociações entre as duas partes.

A proposta francesa do Estado da Palestina ficar para já como observador da ONU e de se reiniciarem negociações diretas entre as partes, que no prazo de um ano teriam de resultar num acordo definitivo, também não demoveu os palestinianos.

Nabil Shaath disse que se o pedido de reconhecimento como membro da ONU ao Conselho de Segurança falhar, a Autoridade Palestiniana irá pedir o estatuto de Estado observador na Assembleia-Geral.

Neste caso, bastará à Palestina uma maioria qualificada, numa altura em que é reconhecida por cerca de 130 dos 193 Estados membros das Nações Unidas.

O estatuto de Estado observador, como tem o Vaticano, permitiria à Palestina tornar-se membro de organizações das Nações Unidas como a UNESCO (para a Educação, Ciência e Cultura), a FAO (para a Agricultura e a Alimentação) ou o Tribunal Penal Internacional.

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