segunda-feira, 27 de junho de 2011

CCPL: Duas décadas de trabalho em prol da comunidade portuguesa no Luxemburgo

Foi há 20 anos, em 1991, que um punhado de homens e mulheres criaram uma organização que se propunha defender os interesses da comunidade portuguesa na via da integração. Nascia assim a CAPL (Confederação das Associações Portuguesas no Luxemburgo), que mais tarde iria tornar-se a CCPL (Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo). Este mesmo nome manteve-se ao longo destes 20 anos, apesar de os protagonistas da CCPL, todos eles voluntários, terem mudado ao longo deste percurso.

José António Coimbra de Matos é o presidente da CCPL há mais de 10 anos. Conhece "toda, ou quase toda, a história da CCPL que, nestas duas décadas, conheceu momentos bons e menos bons”, explica. Na altura em que assume a presidência, a CCPL estava em plena efervescência interna.

“Em 2000, a CCPL estava a atravessar uma profunda mudança, pois tínhamos de encontrar os nossos objectivos relativamente àqueles do início da CCPL, que inevitavelmente mudaram ao longo dos anos”, lembra.

Na verdade, "se em 1991, a CCPL tinha quase exclusivamente objectivos de reivindicação política junto das autoridades, no sentido de facilitar a integração de uma comunidade numerosa, actualmente, apesar desses objectivos se manterem actuais, a necessidade de envolver os jovens no mundo associativo, a componente cultural, a via europeia e outros projectos, fazem hoje da CCPL uma das federações interculturais de referência no Luxemburgo", afirma Coimbra de Matos. "A CCPL tem um percurso do qual se orgulha, feito por voluntários", diz Coimbra de Matos que lamenta, no entanto, a falta de ajudas financeiras. Por exemplo, "no último ano, a confederação recebeu das autoridades luxemburguesas apenas 2.500 euros de subsídio, isto para não falar da ajuda do governo português, que é ainda menos que isto”, revela o dirigente.

Apesar das dificuldades, a CCPL deixou marcas ao longo destes 20 anos, como “avanços na inscrição de residentes estrangeiros nos cadernos eleitorais, a lei da dupla nacionalidade, ou mesmo eventos culturais como a exposição 'Entre Muros', que incluia obras de artistas da lusofonia de todo o mundo e que foi um dos pontos de destaque do Luxemburgo-Capital Europeia da Cultura em 2007”, recorda Coimbra de Matos.

A CCPL foi igualmente uma das primeiras associações no Luxemburgo a ter um voluntário, em 2001, no âmbito do Serviço Voluntário Europeu (SVE), e uma das fundadoras da “Maison des Associations”. Todos os anos, a CCPL oferece formações nas mais variadas vertentes, e recentemente desenvolveu um grupo de teatro pela mão de Sónia Tomás, que tem conhecido um sucesso considerável junto da comunidade, bem como em Portugal.

A CCPL representa cerca de 80 associações portuguesas do Luxemburgo e continuará a defender os “interesses das associações e da comunidade lusa, sendo cada vez mais a referência neste campo para todos os portugueses no Grão-Ducado”, frisa o seu presidente. Mas Coimbra conclui dizendo que lamenta a “falta de reconhecimento do bom trabalho da CCPL pelas autoridades”. Mas, ressalva convicto, "graças à juventude que actualmente participa na dinâmica da Confederação, as grandes bases do futuro da CCPL e da sua acção estão no bom caminho".

Para mais informações, contactar a CCPL pelo tel. 29 00 75 (ou ccpl@ccpl.lu ).

Texto e foto: Gualter Veríssimo

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