quinta-feira, 26 de maio de 2011

Ajuda externa: Portugal não crescerá o suficiente para cumprir acordo

O economista Medina Carreira considerou hoje que a economia portuguesa "não vai crescer o suficiente para que Portugal possa cumprir o exigido pela troika" e sublinhou que não ficará surpreendido se a dívida pública tiver de ser renegociada.

"Não advogo a renegociação da dívida, mas não me surpreenderia se tivéssemos de vir a fazê-lo", disse o economista durante um almoço-debate da Associação Cristã de Empresários e Gestores, hoje em Lisboa.

No evento, destinado a avaliar o programa da ‘troika’ – composta pelo Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Comissão Europeia (CE) - para Portugal, o economista defendeu que três anos não são suficientes, propondo "quatro ou cinco" para a duração do programa e alertou que "Portugal pode estar numa situação parecida com a Grécia".

Não acredito que a nossa economia consiga suportar o pagamentos de juros – que devem chegar aos 12 milhões de euros -, das parcerias público-privadas (PPP) e das contas da saúde que possam surgir agora”, sublinhou Medina Carreira.

Segundo considerou, Portugal vai sofrer uma “compactação de medidas num período muito curto, muitas difíceis de executar, e uma ligeira dilatação do prazo – passar de três para cinco anos – dava ao país muito mais tranquilidade na sua execução”.

“Se houver uma falha de execução isso terá consequências financeiras muito severas e eu receio que haja qualquer atraso. Não estamos habituados a produzir soluções com esta envergadura e num curto espaço de tempo”, reiterou.

Relativamente ao perigo de contágio perante a atual risco de incumprimento da Grécia, Medina Carreira afirmou que “uma coisa que não corra bem num sítio pode contaminar-se a outro”, uma vez que Portugal pertence agora “a um grupo desfavorecido que é olhado sob suspeita”.

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