quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Eurodeputado do CDS-PP questiona UE sobre panfleto xenófobo contra portugueses

O eurodeputado Nuno Melo, do CDS-PP, questionou hoje a Comissão Europeia sobre um panfleto xenófobo contra os portugueses no Luxemburgo, o segundo a circular nos últimos seis meses.

Tendo em conta que actualmente residem no Luxemburgo cerca de 80 mil portugueses, Nuno Melo questionou a Comissão Europeia sobre se tem conhecimento deste assunto.

O eurodeputado perguntou também se a Comissão já tomou alguma atitude ou pondera fazê-lo, e quais seriam estas medidas.

"Não considera que pelo carácter racista e xenófobo, tal atitude deverá ser exemplarmente sancionada?”, questionou o parlamentar do CDS-PP, em comunicado.

"Por causa dos estrangeiros, estamos cada vez mais pobres e somos nós que pagamos por eles. Os impostos vão subir e os estrangeiros apenas poluem o país”, lê-se no panfleto do economista e fundador do movimento nacionalista "National Bewegong", criado nos anos 90 e entretanto dissolvido, Pierre Peters.

No panfleto, os imigrantes, nomeadamente os portugueses, franceses e jugoslavos, são "aconselhados" a sair do país.

Pierre Peters diz-se "farto dos estrangeiros" e acusa "portugueses, franceses e jugoslavos" de estarem a prejudicar o Luxemburgo.

"Estrangeiros, rua!", afirma o nacionalista no panfleto escrito em luxemburguês, que no seu site recusa a classificação de "racista".

O deputado do PS pela Emigração, Paulo Pisco, ouvido pela Lusa na semana passada, mostrou-se "preocupado" com mais uma manifestação de xenofobia contra os portugueses no Luxemburgo e defendeu que o Estado luxemburguês devia ter uma "acção determinada" nestes casos.

Também contactado pela Lusa na semana passada, o deputado do PSD pela Europa, Carlos Gonçalves, considerou “lamentável” que esteja a circular um panfleto xenófobo contra os portugueses no Luxemburgo, mas disse acreditar que se trata de um "caso isolado” que não reflecte a opinião dos luxemburgueses.

"Esses casos são lamentáveis e são uma clara violação do código penal do Grão-Ducado", disse o deputado social-democrata.

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