O advogado de defesa de Carlos Cruz anunciou hoje que vai requerer a audição de Carlos Silvino na fase de recurso do processo Casa Pia, na sequência da entrevista do ex-motorista da instituição em que disse ter mentido em tribunal.
Em entrevista à revista Focus, Carlos Silvino, principal arguido neste caso, diz que mentiu em tribunal e que não conhecia os outros arguidos.
Contactado pela agência Lusa, o advogado de defesa de Carlos Cruz, Ricardo Sá Fernandes, considera que as declarações de Silvino, condenado a 18 anos de prisão no âmbito do processo Casa Pia, são “um facto novo” e, portanto, pretende juntar a entrevista ao processo, agora em fase de recurso no Tribunal da Relação de Lisboa.
O advogado das vítimas de abusos sexuais na Casa Pia afirmou hoje que estas estão “indignadas” e “revoltadas” com a confissão de Carlos Silvino de que terá mentido em tribunal, mas lembrou que esta “não tem qualquer relevância processual”.
O procurador-geral da República "vai reunir-se" com o procurador responsável pelo processo Casa Pia "para analisar as declarações" de Carlos Silvino, condenado a 18 anos por pedofilia, que numa entrevista hoje divulgada diz que mentiu em tribunal.
Processo Caso Pia
O julgamento do processo Casa Pia relativo a abusos sexuais de menores da instituição terminou em 2010, ao fim de quase seis anos, com um acórdão que condenou seis dos sete arguidos a penas de prisão e ao pagamento de indemnizações.
Carlos Silvino foi condenado 18 anos de prisão, Carlos Cruz a sete anos de prisão, igual pena foi aplicada ao médico João Ferreira Diniz, o embaixador Jorge Ritto foi condenado a seis anos e oito meses, Hugo Marçal a seis anos e dois meses, e Manuel Abrantes, ex-provedor adjunto da Casa Pia, a cinco anos e nove meses. Gertrudes Nunes, dona da casa de Elvas, foi absolvida do crime de lenocínio.
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