segunda-feira, 22 de março de 2010

Fundos de investimentos luxemburgueses para apoiar criação de pequenas empresas no Terceiro Mundo podem ser bom investimento

Acabam de ser lançados no Luxemburgo novos fundos de investimento em micro-finanças. Trata-se de uma forma de pôr o dinheiro a render e ao mesmo tempo ajudar as pessoas do Terceiro Mundo a realizar os seus projectos. Se 100 euros não representam muito para a maioria dos residentes do Luxemburgo, em certos países do Terceiro Mundo permitiria a um empresário lançar a sua pequena empresa. O problema é que os bancos não emprestam dinheiro aos pobres... É aqui que entram as instituições de micro-finanças que fazem empréstimos de baixos montantes , os microcréditos.

A partir de agora, qualquer pessoa poderá participar neste esforço graças ao "Luxembourg microfinance and developement fund" (LMDF), que pode ser subscrito até 31 deste mês ao preço de 100 euros por acção.

Se é verdade que o rendimento destes fundos não podem concorrer com outros fundos comerciais, pelo menos o investidor tem a certeza que o seu dinheiro será utilizado para ajudar o desenvolvimento de regiões desfavorecidas.



"As microfinanças não são a solução para todos os males, mas permitem melhorar as coisas localmente", salienta Marc Elvinger, vice-presidente do conselho de administração dos fundos, explicando ainda que o fundo luxemburguês não emprestará directamente dinheiro a particulares nos países em questão, mas colocará os fundos (200 mil euros em média) em instituições de micro-crédito locais. A particularidade destes novos fundos prende-se com o facto de serem resultado de uma colaboração entre o Estado e parceiros privados, a saber seis bancos – Dexia-BIL, BGL, BNP Paribas, BCEE, Banque de Luxembourg, Banque Fortuna e CBP – e duas companhias de seguros – Foyer e La Luxembourgeoise.

Actualmente estes fundos de investimento dispõem de 17 milhões de euros, dos quais 60 % provenientes do público e 40 % de institutos financeiros privados. O objectivo é atingir os 25 milhões de euros, nomeadamente graças aos investimentos de particulares que, se deixarem passar o prazo de 31 de Março, poderão comprar acções todos os trimestre nos bancos e seguradoras atrás referidas.

Com o objectivo de diminuir os riscos do investimento, o Estado, através das suas acções, compromete-se a cobrir uma parte das perdas que poderão sofrer os particulares.

Diversificar a praÇa financeira
Mas por trás estes fundos e do seu duplo objectivo de fazer render o capital promovendo o desenvolvimento sustentável, esconde-se uma estratégia de diversificação da praça financeira.

Em 90 fundos de investimento em microfinanças no mundo, o Luxemburgo conta 30", explica George Heinrich, director do "Tesouro" do Ministério das Finanças, sublinhando que estes 30 fundos representam cerca de metade dos investimentos mundiais, ou seja 2,2 mil milhões de euros. Um número ainda modesto em comparação com outros investimentos realizados na praça, mas que está em plena expansão. Na verdade, apesar da crise, os activos destes fundos aumentaram 30 % em 2008-2009. E isso faz com que o governo apoie este projecto, contribuindo para fazer do Luxemburgo um centro de excelência em matéria de microfinanças.

A ministra da Cooperação, Marie-Josée Jacobs, salientou as boas experiências realizadas pelo Grão-Ducado, indicando que um fundo criado em 2000 com um montante de 1,25 milhões de euros permitiu já financiar 860 mil pequenas empresas em todo o mundo.

Mais informações no site Internet www.lmdf.lu .

F. Pinto

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