domingo, 27 de dezembro de 2009

Portugal/China: Futuro pertence à língua chinesa, acreditam pioneiros do ensino na Universidade do Minho

Representação de calígrafos chineses, na última Feira do Livro de Frankfurt (Outubro/2009), em que a China era o país convidado Foto: JLC

Quase 20 anos depois de terem iniciado o ensino da língua e cultura chinesas na Universidade do Minho, em Braga, Sun Lam e Luís Cabral estão mais certos do que nunca: "O chinês é uma língua de futuro."

"Há uma grande procura pelo ensino do chinês. Temos recebido convites de várias escolas para ir dar aulas de chinês ou organizar semanas de cultura chinesa", conta Sun Lam.

Luís Cabral realça que "a China, hoje, também está a projectar uma imagem muito diferente, associada à de um país de futuro".

A experiência começou em 1991, sob a forma de cursos livres, e evoluiu depois para uma Licenciatura em Línguas e Culturas Orientais, "centrada no chinês", que desde 2004 já formou 30 especialistas e tem hoje quase o dobro dos alunos.

Sun Lam e Luís Cabral são também os fundadores do Instituto Confúcio da Universidade do Minho, um dos primeiros do mundo, criado no final de 2005, em colaboração com a Universidade Nankai, em Tianjin, no Norte da China.

Em 2008, a Universidade de Lisboa abriu outro Instituto Confúcio, com professores do Instituto de Línguas Estrangeiras de Tianjin, onde há igualmente uma Licenciatura de Português.

"O nosso Instituto Confúcio tem sede em Braga, mas é uma instituição nacional", realça Sun Lam, a única professora de Portugal filiada na Associação Internacional de Ensino do Chinês como Língua Estrangeira e que pertence também à Associação Europeia de Estudos Chineses.

O Instituto Confúcio do Minho, que já formou centenas de pessoas, assegura ainda as aulas de chinês numa escola secundária do Porto e em dois colégios de Braga.

Com o apoio do Hanban, o organismo do governo chinês que tutela os institutos Confúcio espalhados pelo mundo, Sun Lam e Luís Cabral propõem-se também "formar professores locais de chinês para os países lusófonos".

Os dois docentes deslocaram-se este mês a Pequim para participar na reunião anual dos institutos Confúcio, que contou também com a participação da Universidade de Lisboa.

Criado em 2004 para promover internacionalmente a língua e cultura chinesas, o Instituto Confúcio está hoje implantado em mais de 80 países, da Islândia à Nova Zelândia.

Responsáveis do Hanban estimam que o número de estrangeiros que estão a aprender chinês ultrapassará os 40 milhões, o dobro dos interessados há cinco anos.

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