quinta-feira, 25 de junho de 2009

Portugueses casam mais cedo e divorciam-se menos que luxemburgueses

Os portugueses que vivem no Luxemburgo casam-se mais cedo e divorciam-se menos que os luxemburgueses ou os italianos, revela um estudo publicado este mês pelo Centro de Estudos das Populações, da Pobreza e das Políticas Sócio-Económicas (CEPS-Instead).

De acordo com o estudo, que toma como referência o ano de 2007 e os residentes nascidos entre 1950-1970, as imigrantes de origem portuguesa são mais precoces no casamento que as italianas e as luxemburgueses: metade das portuguesas desta geração estavam já casadas com 21 anos, idade que sobe para os 24 anos no caso das autóctones e das imigrantes italianas. Para os nubentes portugueses, a média etária sobe para 24 anos, contra 27 no caso dos italianos e luxemburgueses.

Os portugueses casam-se também mais e divorciam-se menos que os outros dois grupos considerados pelo CEPS-Instead. Cerca de 93 % das mulheres portuguesas com idades entre os 39 e os 59 anos já foram casadas, número que baixa para 89 % no caso das luxemburguesas e para 87 % no caso das imigrantes italianas.

No segmento da população analisado, a taxa de divórcio era de 10 % para os portugueses, a mais baixa dos três grupos estudados. Em 2007, os italianos desta faixa etária registavam 22 % de divórcios (a taxa mais alta), seguidos dos luxemburgueses, com 16 % de rupturas matrimoniais. Os portugueses têm também mais filhos que os restantes grupos considerados: no ano de referência do estudo, só 5 % dos portugueses da geração nascida entre 1950 e 1970 não eram ainda pais, contra 26 % no caso dos italianos e 20 % para os luxemburgueses.

Além disso, os portugueses têm filhos mais cedo que os italianos e os luxemburgueses. Metade dos imigrantes lusos foram pais pela primeira vez com 26 anos, contra 29 entre os italianos e 30 no caso dos luxemburgueses.

No caso das mulheres, a média etária com que têm filhos é ainda mais baixa: metade das portuguesas desta geração foram mães pela primeira vez com 23 anos, quatro anos antes das luxemburguesas e cinco anos antes das mães italianas.

As portuguesas são ainda aquelas que esperam menos tempo após o casamento para terem filhos: em média, as mulheres desta geração tiveram o primeiro filho 1,8 anos após as núpcias, contra 3,1 anos no caso das luxemburguesas e 3,7 anos entre as italianas.

De acordo com o estudo, em todos os grupos considerados a maioria dos nascimentos deu-se em casais casados (em 94 % dos casos entre os luxemburgueses, 87 % para os portugueses e 77 % no caso dos italianos).

PORTUGUESES VIVEM MAIS EM FAMÍLIA

Tendo em conta a maior frequência de casamentos e menor incidência de divórcios entre os portugueses, o estudo conclui que "os residentes de origem luxemburguesa e italiana vivem menos em família" que os imigrantes de origem portuguesa.

"Mais numerosos a casarem-se, menos a divorciarem-se e sendo pais mais frequentemente, os portugueses vivem com mais frequência em família e com os filhos que os italianos ou os luxemburgueses", pode ler-se no documento.

Em 2007, 76 % dos homens e mulheres com origem portuguesa viviam em casal (com filhos), contra apenas 68 % dos luxemburgueses e 65 % dos italianos. A taxa de casais sem filhos é no entanto a mesma para as três nacionalidades consideradas, 15 %.

Resultado: apenas 4 % dos portugueses vivem sozinhos, número que sobe para 10 % no caso de luxemburgueses e italianos.

...E CASAM-SE MAIS
ENTRE SI

Os portugueses casam-se mais entre si que os italianos ou luxemburgueses: 86 % dos luso-descendentes nascidos entre 1950 e 1970 casaram com um cônjuge da mesma nacionalidade. Os "casais mistos" (ou seja, em que os cônjuges têm nacionalidade distinta) surgem com mais frequência no caso dos italianos (66 % dos quais têm um cônjuge de outra nacionalidade) e dos luxemburgueses (40 % dos quais são casados com um cônjuge de outra nacionalidade).

De acordo com os estudo, a razão pela qual há menos casais mistos entre os portugueses prende-se com a chegada mais recente ao Grão-Ducado. A provar que o número de anos de residência no país tem influência na escolha de um cônjuge de outra nacionalidade, os investigadores apontam a elevada taxa de casais da mesma nacionalidade entre os italianos nascidos antes de 1950. Em 63 % dos casos, aquela geração de imigrantes italianos vivia com um cônjuge da mesma nacionalidade.

Paula Telo Alves

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